27/04/06
Fonte: Diário da Amazônia/Minéia Capistrano
Depois da morte do único leão pertencente ao zoológico municipal
de Porto Velho na manhã desta segunda feira, 24, técnicos do Ibama
realizaram uma fiscalização no local e no relatório final sugerem
seu fechamento, por apresentar falta de condições físicas e de
tratamento aos bichos.
Os principais problemas apontados pelo Ibama são: falta de
manutenção e conservação dos recintos onde os animais ficam
abrigados, falta de tanque para animais de hábitos semi-aquáticos
(cobras), animais apresentando problemas clínicos aparentes
(diarréia e peso abaixo do esperado), alimentação inadequada e
insuficiente.
O relatório do Ibama diz ainda que os animais se alimentam de
produtos descartados pelos supermercados, porém a superintendente
substituta do Ibama, Nanci Maia Rodrigues da Silva, alivia e diz
que o problema com os alimentos está relacionado ao balanceamento
nutricional das porções.
Além dessas citações, há pontos em que o relatório é bem crítico,
quando narra que os animais ficam expostos à ação direta dos
visitantes devido à falta de barreira de afastamento do público ou
inadequação destas e fala, inclusive, sobre fuga reincidente de
uma sucuri de seu recinto. Finaliza concluindo a falta de um
médico veterinário para atuar no local. Atualmente o zoológico
possui apenas uma bióloga trabalhando.
Perseguição
O funcionário do zoológico, Irtmo Modesto, que atua na educação
ambiental no local classifica como perseguição as acusações do
Ibama. Segundo ele, mesmo a fiscalização ocorreu após denúncia de
que o leão estava doente no cativeiro do Parque, mas lembra que
foi o próprio Ibama que levou o animal para lá juntamente com uma
fêmea da mesma espécie. “O leão já era bem idoso. Tinha em média
50 anos e já veio doente para cá. O Ibama largou aqui e pronto,
sem lembrar que são responsáveis pela manutenção de animais que
não compõem a nossa fauna. Acusar é fácil”, reclama.
Ele acredita que a atuação do órgão foi omissa e que todos
deveriam unir forças para manter o parque e mesmo os animais, pois
o local é de uma das poucas alternativas de lazer oferecidas à
população da Capital. “Os animais são bem alimentados e contam com
o carinho da equipe que cuida deles”, defende.
Cerca de 100 animais estão distribuídos em cativeiros ao longo do
parque, entre pássaros, mamíferos, quelônios, felinos e répteis. O
local é aberto à visitação pública todos os feriados e finais de
semana e não cobra entrada. “Se cobrassem à entrada, poderia
ajudar”, sugere a superintendente do Ibama.
http://www.rondonoticias.com.br/showNew.jsp?CdMateria=50265&
CdTpMateria=19
 |