23/04/2006
Brasil:Todos os anos, 40 mil bichos traficados para
estrangeiro
O Brasil movimenta anualmente 1,9 bilião de reais «com o comércio
de animais silvestres, um negócio que em todo o mundo só é
ultrapassado pelo tráfico de drogas e de armas, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
De acordo com este instituto, citado pela «BBC Brasil», perto de
40 mil mamíferos, répteis, aves e ovos deixam o Brasil pelas mãos
dos traficantes.
Países como os Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Bélgica, França
e Inglaterra estão entre os principais receptadores. Na mesma
lista incluiu-se a Suíça, Grécia, Bulgária, Arábia e Japão.
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=673460&div_id=291
Piracicaba: universitários fazerm "farra da galinha"
Jornal de Piracicaba
26.4.2006
Quem nunca ouviu falar da farra-do-boi, prática abominável
tradicionalmente realizada no litoral de Santa Catarina, por
ocasião da Semana Santa? Dóceis bezerros e bois são soltos,
geralmente nas praias, para que uma multidão enlouquecida judie
deles de todas as formas: são queimados, esfolados, cegados,
atingidos por pauladas, pedradas e partes de seus corpos são
arrancadas aos poucos rabo, orelhas, patas, até que o animal
exausto, mutilado, ferido gravemente e sangrando muito, caia
morto. Daí é levado como um troféu (?) para que sua sofrida
carcaça seja churrasqueada e servida a todos que participaram da
“festa”.
Nunca compreendi a finalidade desse horrendo festejo popular, onde
até crianças são levadas a participar. Linchar um animal pacífico
e inocente, que nada fez de mal para ninguém, por pura maldade e
sadismo de seres que se denominam “humanos”, criados à imagem e
semelhança de Deus.
Na terça-feira, 18 de abril, a SPPA (Sociedade Piracicabana de
Proteção aos Animais) recebeu uma denúncia de alguns alunos da
Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que
estavam indignados com a atitude de outros estudantes, que
procediam como numa verdadeira “farra-das-galinhas”, inflingindo a
alguns animais desta espécie, todo tipo de crueldade, arrancando
suas penas, entre outras maldades, achando tudo muito engraçado.
Foram denunciados, mas ninguém tomou nenhuma atitude, afinal, eram
apenas galináceos, seres comestíveis, futuras “canjas” e
“coxinhas”...talvez se o ato fosse cometido contra um cachorro, o
fato recebesse mais comiseração das pessoas.
A lei 9605/98 de crimes ambientais prega claramente que maltratar
animais é crime. Não especifica se é cão, gato, boi ou galinha.
Pelo menos, pela lei, não há posição discriminatória e todos os
animais deveriam ser protegidos por ela.
Mas o que me deixa preocupada, profundamente triste mesmo, é
pensar que tipo de profissionais esses “agroboys” serão no futuro.
Pessoas desprovidas de sentimentos, sem um pingo de moral, que se
comprazem com o sofrimento de outro ser vivo, se tornarão
profissionais éticos e competentes? Isso é desesperador...
Se eram calouros obrigados pelos veteranos a fazer isso, tem o
agravante de que o trote é proibido dentro dos domínios da Esalq.
Se não foi trote e sim uma iniciativa de pura maldade de alguns,
também há que ser investigado detalhadamente pela direção desse
tradicional e respeitado estabelecimento de ensino. E que os
responsáveis sejam punidos de alguma forma para que isso não volte
a ocorrer.
A violência não deixa de ser violência se praticada em animais
irracionais. A raiz do mal é sempre a mesma, e quem é capaz de
fazer isso com seres inocentes, pode perfeitamente fazer a mesma
coisa com humanos, pois é a prova cabal de que são insensíveis.
A Esalq tem a obrigação de apurar esses atos cometidos dentro de
seus portões. Que a ética, a moral e o respeito a todas as formas
de vida sejam mantidos. Se nada for feito e esses bárbaros de
má-índole ficarem impunes, com certeza voltarão a cometer atos até
mais graves do que esses. Afinal, somos seres civilizados ou
brutamontes da pré-história?
Ivana Maria França de Negri é integrante da SPPA (Sociedade
Piracicabana de Proteção aos Animais) -
ivanamfn@yahoo.com.br
http://www.jpjornal.com.br/news.php?news_id=29349
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