Do Jornal da
Cidade (Bauru)
15/08/2006
Davi Venturino
A apreensão de 750 tartarugas de uma única vez, em maio desde ano
em
Jaú, fez aumentar o número de animais silvestres apreendidos pela
2.ª Companhia de Polícia Ambiental (PA) em Bauru, que abrange 39
municípios da região. A quantidade de animais apreendidos no
primeiro semestre deste ano é 3.000% maior do a registrada em todo
o ano passado - em 2005 foram apreendidos 24 animais em condições
irregulares.
De janeiro a julho, nove pessoas foram presas em flagrante delito
por cometer crime ambiental, segundo dados da PA. Nos 12 meses de
2005, foram 47 pessoas enquadradas neste tipo de crime. O número
de denúncias recebidas e atendidas pela PA no primeiro semestre de
2006 foi de 256, enquanto que no ano inteiro de 2005 o órgão
recebeu e atendeu 352 denúncias de crime ambiental.
Nos primeiros seis meses deste ano, a PA registrou 53 autos de
infração com multas simples referentes à área florestal (14), área
comum (6), pesca (19), fauna (13) e queimadas (1). Também foram
registrados 39 autos de advertência de caça (6), flora (30) e
pesca (3).
O total de multas arbitradas somou R$ 379 mil nos primeiros seis
meses deste ano, sendo que somente nas infrações florestais as
multas totalizaram cerca de R$ 174 mil. As multas de infração de
pesca, por sua vez, ficaram em torno de R$ 48 mil e as emitidas
por causa de irregularidades cometidas contra a fauna somaram
cerca de R$ 157 mil. Nos 12 meses do ano passado o total de multas
arbitradas somou cerca de R$ 394 mil.
Segundo o tenente Nilson Fidelis da Silva, o expressivo aumento no
número de animais apreendidos se deve à grande apreensão ocorrida
no final do mês de maio deste ano em Jaú. Na ocasião, uma equipe
do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) de Jaú (47 quilômetros de
Bauru) encontrou 750 filhotes de tartarugas, que estavam sendo
transportados dentro de uma bolsa de viagem, em um ônibus de linha
com destino a Minas Gerais.
De acordo com os dados da PA, 134 quilos de peixes foram
apreendidos no primeiro semestre deste ano enquanto que no ano
passado foram mais de duas toneladas. Também foram apreendidas,
neste primeiro semestre, 152 aves contra 420 durante todo o ano de
2005.
Também foram fiscalizadas pela PA, de janeiro a julho deste ano,
490 propriedades rurais enquanto que de janeiro a dezembro de 2005
foram fiscalizadas 741 propriedades.
O número de bloqueios registrados pela PA apenas nos primeiros
seis meses deste ano, 493, já ultrapassa os 359 bloqueios
registrados durante todo o ano passado. "Os bloqueios são do
Patrulhamento Ambiental Rural. Eles visam coibir o tráfico de
drogas, porte ilegal de armas, veículos furtados e roubados.
Coibir furtos de implementos agrícolas de propriedades rurais e
veículos", explica o tenente, lembrando que o objetivo dos
patrulhamentos é fazer com que os moradores de áreas rurais se
sintam protegidos com a presença constante dos policiais.
Quinze armas também foram apreendidas este ano pelos agentes da 2ª
Companhia de Polícia Ambiental. Silva explica que a tendência é
que este tipo de apreensão diminua cada vez mais. "Teve um ano que
fechamos com 105 armas apreendidas. A tendência é estar caindo (o
índice) devido à legislação um pouco mais rígida e a própria
atuação da polícia porque, quando prendemos alguém com arma, aí
essa pessoa não passará a arma a outras pessoas", argumenta.
Prevenção
A Polícia Ambiental, além das autuações, também se preocupa com a
prevenção de crimes ambientais. Por isso, explica o tenente Nilson
Fidelis da Silva, o órgão trabalha a educação ambiental nas
escolas e também através dos Patrulhamentos Ambientais Rurais.
"Nós percorremos as escolas auxiliando os adolescentes. É uma
forma preventiva da polícia trabalhar", comenta o tenente.
Segundo as estatísticas da PA, neste ano a educação ambiental
desenvolvida pela 2ª Companhia já atingiu mais de 26 mil pessoas.
Em todo o ano passado o público atingido pelo trabalho educacional
preventivo ficou em torno de 99 mil pessoas.
De acordo com o tenente, a sociedade está cada vez mais consciente
e tem colaborado com a polícia. "Eu acho que cada vez mais a
sociedade está se conscientizando, ela está se desenvolvendo nos
aspectos de colaboração, de formação com a Polícia Militar", diz,
lembrando que esta colaboração é necessária porque, segundo ele,
está havendo uma migração do crime da zona urbana para a zona
rural.
http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_regional.php?codigo=83278
|