Piedade eqüestre
O ECO www.oeco.com.br - site de jornalismo ambiental dos
Jornalistas Marcos Sá Correa (ex-colunista da VEJA, foi editor
chefe da EPOCA e Jornal do Brasil e Sérgio Abranges (sociólogo,
colunista da VEJA) –Rio de Janeiro - 21.09.2006
Por Rafael Corrêa*
e-mail: rcorrea@oeco.com.br
Por 263 votos contra 146, a House of Representatives do Congresso
dos Estados Unidos decidiu banir de vez do país os matadouros de
cavalos. A decisão atendeu aos anseios de celebridades e de
entidades como a National Thoroughbred Racing Association, que
reúne apaixonados por puros-sangues de corrida, que protestavam
mostrando fotos de cavalos ensangüentados e machucados a caminho
dos matadouros. Do outro lado da disputa, a Administração Bush e
os veterinários, que acreditam ser este o melhor fim para cavalos
velhos ou doentes, que tenham se tornado um fardo para seus donos
e que se não fossem sacrificados acabariam sendo abandonados para
morrer de fome.
Aqueles que apóiam a decisão alegam que a prática é uma das mais
desumanas e brutais dos Estados Unidos nos dias de hoje. Essa é a
opinião do representative republicano John Sweeney. Ele afirma que
para os americanos a morte de cavalos é muito mais brutal dos que
a morte do gado ou de galinhas, já que os americanos consideram os
cavalos seus companheiros “e até atletas, como os puros-sangues” e
não como comida.
Seu colega de casa, o democrata John Spratt concorda: “Eles [os
cavalos] são tão próximos dos seres humanos quanto um animal pode
ser”. Da mesma opinião é o republicano Christopher Shays, que diz
que “a forma como uma sociedade trata os seus animais,
particularmente os cavalos, traduz os mais profundos valores e
morais dos seus cidadãos”, criticando, provavelmente sem saber, os
valores morais de boa parte da Europa e da Ásia.
Isso me lembra um episódio ocorrido quando eu tinha cerca de 7
anos, em uma viagem que fiz à Europa com os meus pais. Nós
havíamos feito uma caminhada e passaríamos a noite em um refúgio
de montanha no norte da Itália, não me lembro exatamente aonde.
Naquela noite, o sujeito que cuidava do refúgio serviu para o
nosso grupo, como aperitivo, um salame. Na mesa, um dos que nos
acompanhava, dizendo-se entendedor dos salames italianos,
apressou-se, tal qual um sommelier, a identificar a origem daquele
salame com base em seu cheiro e seu sabor. Todos devidamente
“impressionados”, o entendedor quis confirmar seu palpite com o
curador do refúgio. Recebeu como resposta “Não, não. Isso aí é o
meu cavalo, que morreu na semana passada”.
Só em 2005, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA,
cerca de 88 mil eqüinos foram mortos em abatedouros e exportados
para a Europa, Ásia e usados para alimentar animais nos zoológicos
norte-americanos. E os que querem que esse quadro continue têm
bons argumentos para isso.
Em primeiro lugar, é preciso que se diga que, embora o matadouro
não seja um final desejável a ninguém, a lei dos EUA que regula o
sacrifício de animais determina que todos devem ser dopados antes
do abate, para que não sintam nenhuma espécie de dor. E isso, ao
que tudo indica, é bastante controlado. Proibindo-se o abate dos
animais nos EUA, as empresas que hoje realizam o serviço
provavelmente se mudarão para o México ou para o Canadá onde
terão, digamos, mais “liberdade de métodos”. Não é à toa,
portanto, que o maior grupo de veterinários do país apóia o
sacrifício como uma forma menos cruel de matar os animais doentes
ou já imprestáveis para qualquer forma de trabalho.
Biologicamente falando, cavalos e vacas em muito se assemelham,
especialmente quando se fala em sensibilidade à dor física e
psicológica. Mas, mais habituado a montar do que a ordenhar, o
povo se esquece de que o leite das vacas teve tanta ou mais
importância na história da humanidade quanto a força dos cavalos.
Mesmo assim, grande parte das culturas que consideram o abate de
cavalos como algo reprovável ainda castra touros à base de macetes
e aplaude de pé os heróis das touradas, muito mais cruéis do que o
sacrifício — pelo menos em tese, indolor — agora em vias de
extinção.
O banimento, como se vê, foi um ato muito humano. Especialmente no
sentido que se apoiou em argumentos que nada têm a ver com o
bem-estar dos cavalos em si, mas apenas com a cultura
norte-americana, que não agüenta mais ver seus companheiros de
caçada aos índios indo para o abatedouro. E, honestamente, duvido
que o Senado, que ainda deverá se manifestar sobre a medida, terá
uma opinião diferente.
Matéria enviada para a lista Defesa do Animais por Germano Woehl
Jr.
Instituto Rã-bugio – Jaraguá do Sul (SC)
www.ra-bugio.org.br
Homem que arrancou cabeça de gato pega 2 anos de prisão
Um homem que admitiu
ter arrancado a cabeça do gato de sua namorada depois de uma
discussão foi sentenciado a dois anos de prisão em Edwardsville,
Estado de Illinois, nos Estados Unidos.
"Quando o caso é abuso de animais não é comum termos sentenças de
prisão, então é sempre bom quando conseguimos", disse Stephanee
Smith, porta-voz da promotoria do condado de Madison.
O condenado, Jacob Thornton, 21 anos, teria uma audiência
preliminar na quinta-feira, mas declarou-se culpado. O juiz
ordenou que a sentença fosse cumprida simultaneamente a uma pena
de violação de condicional. O homem havia sido condenado por
agressão agravada.
Autoridades dizem que depois da discussão, que aconteceu no dia 28
de julho, a namorada de Thornton saiu de casa. Quando a mulher
voltou, encontrou a cabeça decapitada de seu gato no quintal em
frente à sua casa.
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1150342-EI294,00.html
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