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NOTÍCIAS DO BRASIL E DO MUNDO

 

Baleias são "explodidas" no mar da Noruega, denunciam ativistas

 

 

13/06/2006

Terra - A Sociedade Protetora dos Animais divulgou hoje fotos captadas de um vídeo que mostram uma baleia sendo "explodida" na costa da Noruega. Com arpões carregados de explosivos, pescadores matam os gigantescos mamíferos em menos de três minutos.

O grupo contou com o apoio da Agência de Investigação do Meio Ambiente para perseguir e filmar um navio norueguês em plena ação. As fotos, defendem, mostram a matança das baleias no mundo, muitas delas, ameaçadas de extinção.

 

 

BRITÂNICOS REPENSAM REGRAS DEPOIS QUE TESTE DE DROGA QUASE MATA SEIS

 

ELISABETH ROSENTHAL (International Herald Tribune)

Publicado em 8 de abril de 2006 na primeira página do New York Times



Em fevereiro, quando Rob O. viu a mensagem de texto que a Parexel International enviou para seu celular em Londres -- ''procura-se homens saudáveis para teste de medicamento'' por 2 mil libras, cerca de 3.500 dólares – pareceu ser uma oportunidade inofensiva de levantar algum dinheiro tão necessário. A empresa Parexel, baseada em Waltham, Massachusetts (EUA), é contratada por laboratórios para testar novos medicamentos.
Poucas semanas depois, o ex-saudável rapaz de 31 anos estava na UTI do Northwick Park Hospital em Londres – fios e tubos entrando diretamente no seu coração e nas artérias, em diálise, seu sistema imunológico, fígado, rins e pulmões todos falhando – a vítima do teste da droga, desastrosamente mal.
Rob O., um dos seis jovens saudáveis que recebeu o TGN1412, um novo tipo de estimulante imunológico nunca testado em humanos, tomou parte num estudo que está provocando ondas de abalo pelo mundo da pesquisa [farmacêutica] e obrigando agências reguladoras a repensar procedimentos para testar certas novas drogas poderosas.
Embora testes da TGN1412 em macacos não tenham provocado problemas significativos, todas as seis cobaias humanas quase morreram. Uma delas ainda está hospitalizada e as outras, apesar de terem recebido alta, tiveram seus sistemas imunológicos lesados e a recuperação de sua saúde, incerta.
Na quarta-feira [5/4/06], depois de divulgar o relatório preliminar sobre o teste, bem como os documentos científicos até então confidenciais que faziam parte do formulário de consentimento para o teste, o governo britânico anunciou que estava convocando uma comissão internacional de especialistas para ''considerar as mudanças necessárias requeridas para testes clínicos'' para esse tipo de novos componentes.
As conclusões ''potencialmente poderão afetar a regulamentação de testes clínicos mundialmente,'' dizia o anúncio oficial.
Em declarações nesta semana ambos, Parexel e o fabricante da droga, TeGenero, enfatizaram que todo o regulamento requerido foi acatado e os testes conduzidos de acordo com o protocolo aprovado. Mas eles declinaram de responder questões enviadas por email sobre as especificidades científicas envolvidas.
''As empresas trabalharam estritamente de acordo com os padrões aplicáveis a esse tipo de estudos,'' disse Kristin Kaufmann, porta-voz da TeGenero.
Uma hora após tomarem a droga branca e leitosa numa ala de pesquisa da Parexel no hospital em 13 de março, os voluntários estavam racked com tremores, dor e náusea, disse Rob O., que pediu para não ter seu sobrenome divulgado, por temor de ser prejudicado profissionalmente. Um médico informou-lhe que ele estava "seriamente doente.''
''Mas ninguém vai morrer?'' Rob O. lembra-se de ter dito, acreditando que ele estava participando de um teste honesto de um analgésico para artrite.
A resposta arrepiante: ''Dois de vocês. Quem é seu parente mais próximo?''
De fato, TGN1412 é tudo menos padrão. Primeiro produto da TeGenero, uma pequena empresa alemã com apenas 15 funcionários, TGN1412 pertence a uma classe completamente nova de anticorpos manufaturados que, os pesquisadores achavam, poderia revolucionar o tratamento da leucemia e artrite reumatóide.
Agora, a TGN1412 parece que vai entrar para a história médica como um abacaxi farmacêutico, o teste desastroso levantando sérias questões sobre se a segurança do paciente está adequadamente protegida na lucrativa corrida para colocar produtos no mercado.
A Agência Reguladora Britânica de Saúde e Produtos Medicinais [The British Medicine and Healthcare Products Regulatory Agency], que aprovou o teste no Hospital de Northwick Park, anunciou quarta-feira que ''o modo como o teste foi conduzido'' não contribuiu para lesar os pacientes, de acordo com investigações preliminares. Os rapazes vivenciaram a síndrome da liberação de cytokine, que envolve um derramamento de moléculas tóxicas quando as células T do sistema imune são ativadas, dizia o relatório; isso não poderia ter sido previsto a partir de estudos anteriores usando a droga em animais, concordam a Agência, TeGenero e Parexel.
Mas os regulamentadores britânicos deram um passo adicional altamente incomum ao solicitar uma comissão de especialistas para estudar se mais stringent salvaguardas devem ser requeiridas para testar novas drogas biológicas como a TGN1412, que manipulam o sistema imune.
Muitos especialistas dizem que, por conta da característica única da TGN1412 ser tornar potente as células T do sistema imunológico, overriding os mecanismos regulatórios normais, os testes clínicos foram extraordinariamente arriscados. ''Havia fortes razões para ser muito cautelosos,'' disse Dr. Michael Ehrenstein, da University College de Londres, que estuda as moléculas que a TGN1412 afeta. ''Muita gente diria que foi uma estratégia de altíssimo risco. E eu teria concordado com isso.''
Michael Goodyear, um oncologista canadense e médico eticista, disse que ainda que o teste não fosse ilegal ou anti-ético, o protocolo de pesquisa e a conduta no dia do teste levantou ''uma série de grandes bandeiras vermelhas.''
As preocupações do Dr. Goodyear e dos advogados pelas questões levantadas incluem:
Rob O. começou a receber a droga por meio intravenoso muito depois que o primeiro voluntário já apresentava sintomas possivelmente sérios o suficiente para suspender o teste. A prática padrão para tais testes é usar apenas um paciente ou intervalar os testes em vários dias.
A informação submetida pela TeGenero aos reguladores britânicos mencionava que o derramamento de cytokine ''poderia ocorrer'' depois de ministrar a TGN1412. Mas na sua aplicação, pesquisadores julgaram a reação ''inesperada'' com base em testes realizados com uma única espécie animal, e não mencionaram o risco aos voluntários, Rob O. said.
No website da Parexel consta: ''Dentre todas as tarefas, a única que importa é a de acelerar os procedimentos clínicos para o seu produto.'' O texto chama a atenção para o fato de que as licenças para testes com drogas são mais rápidas de obter na Grã-Bretanha do que nos Estados Unidos e as compensações financeiras por danos, menores.
Rob O. disse que a peculiaridade da TGN1412 nunca constou dos briefings otimistas a que ele teve acesso antes dos testes: ''Eu não tinha idéia de que ela alterava o sistema imune.''
Os primeiros testes em humanos são arriscados e eticamente complexos. Eles são destinados a determinar se um componente é seguro, não para comprovar um benefício da droga. Tais testes devem ser aprovados por agentes reguladores oficiais bem como por comissões de ética médica, embora os padrões sejam um tanto variáveis em diferentes países e mesmo entre diferentes comissões.
''A pesquisa é um bem para a sociedade – precisamos de tratamentos melhores para leucemia e artrite – mas há riscos,'' disse o Dr. Ezekiel J. Emanuel, chefe de bioética dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos [United States National Institutes of Health]. ''Trabalhar na construção civil é muito arriscado, e pagamos pessoas para isso. Então, por que não pagar pelos testes?''
Notando que o teste com a TGN1412 foi aprovado por duas diferentes comissões reguladoras britânicas e que a droga havia sido testada em animais, ele disse: ''Esse é um evento terrível, trágico, mas não consigo ver nenhum problema ético claro.''
Os voluntários submetidos aos testes, que deveriam ficar internados três dias no hospital, eram na maioria imigrantes, alguns estudantes ou desempregados.
''Não era gente que estava bem de vida,'' disse Martyn Day, do escritório de advocacia londrino Leigh Day & Company, que está representando quatro dos rapazes. ''Eles pensaram que era uma coisa relativamente sem riscos.''
Na reunião para orientação foi concedido pouco tempo para ler as 11 páginas do formulário para consentimento, disse Rob O., embora eles pudessem levá-lo para ler em casa. Dores de cabeça e equimose estavam listados como potenciais efeitos colaterais, bem como alergia severa. Mas comer amendoins ou usar novos cosméticos pode criar reações similares, dizia o formulário.
De fato, os chamados anticorpos monoclonais freqüentemente provocam sintomas generalizados severos como dores e calafrios, embora seu uso seja justificado pelo grande benefício potencial. ''No meu hospital quase matamos gente nas primeiras poucas vezes em que usamos Herceptin,'' disse Dr. Goodyear, se referindo à popular droga contra câncer de mama, acrescentando que agora ele trata antecipadamente os pacientes com remédios para conter possíveis reações.
Parexel solicitou licença para testar a TGN1412 na Inglaterra e na Alemanha em dezembro, recebendo permissão da Inglaterra antes, em 27 de janeiro. Muitos países facilitam os procedimentos para atrair pesquisa biomédica, uma estratégia que agora deve ser revertida aqui, disse Dr. Goodyear.
Não ficou claro se imunologistas independentes acompanharam a metodologia do teste, e nem a Parexel ou a TeGenero responderam essa questão.
O teste começou na segunda-feira, 13 de março, às 8 horas da manhã, quando os rapazes começaram a receber a TGN1412, com 10 minutos de intervalo um após outro. Em meia hora o primeiro paciente apresentava dor de cabeça e calafrios, disse Ann Alexander, a advogada londrina que o representa. Apesar disso, os médicos continuaram a injetar a droga nos outros pacientes. Nesse momento, 9:10, quando começou a aplicação em Rob O., o primeiro paciente desmaiou no quarto adjacente, de acordo com Ann Alexander.
Em pouco tempo, disse Rob O., ele começou a sentir dores e a tremer, como se tivesse "submergido no gelo ártico". Pelo resto do dia, seis homens anteriormente saudáveis gemeram com dor incontrolável, vomitaram e lutaram para respirar, disseram Rob O. e outros participantes. Embora uma dose de esteróides tenha bloqueado temporariamente os sintomas, os sinais vitais deles deterioraram com regularidade, e eles foram transferidos para a UTI.
Dois deles foram postos diante de ventiladores. Homens uniformizados circulavam em torno de máquinas de filtragem sanguínea, recorda-se Rob O., para eliminar ácido do sangue. Médicos lhe disseram que suas células imune estavam atacando seus órgãos.
Às 3 horas da manhã os familiares dos pacientes estavam reunidos no hospital.
Nas declarações públicas, Parexel e TeGenero chamaram as reações de ''imprevistas e inesperadas,'' notando que doses centenas de vezes mais altas se provaram seguras em animais.
O pedido de licença para os testes feito às autoridades britânicas – publicado esta semana em resposta à solicitação do Ato pela Liberdade de Informação [Freedom of Information Act] – mostrou que as empresas no mínimo já haviam constatado a possibilidade de uma reação devastadora do sistema imune, e que estudos feitos com animais mostraram alguns sinais de sobrecarga do sistema imune.
Essa preocupação foi deixada de lado quando macacos que tiveram a TGN1412 injetada não apresentaram problemas. Apesar de a equipe técnica da Parexel continuar a transfundir sangue na UTI, as empresas não se dispuseram a divulgar os boletins médicos nem a dar satisfação aos participantes e seus advogados, disse, Mr. Day, um deles.
Agora, com seu sistemas imunológico essencialmente desabilitado, Rob O. diz que não pode trabalhar, nem mesmo tomar o metrô, por medo de infecção. Os testes em seu fígado e rins mostram que eles ainda estão anormais. O National Health Service, sistema britânico de saúde, cobre suas despesas médicas, mas ele tem que pagar 87 dólares pelo táxi.
Pelas leis britânicas, Rob O. deve receber apenas entre 50.000 e 70.000 dólares como compensação, disse Mr. Day, a menos que ele apresente sequelas permanentes. De qualquer modo, o seguro da pequena TeGenero cobre apenas de 3.5 milhões de dólares.
Os advogados das vítimas esperam conseguir compensação financeira e revelação completa das informações médicas sobre a droga sem a necessidade de ir aos tribunais.
''Não posso acreditar que ninguém vai pagar e ninguém vai ser punido,'' disse Rob O. ''Se eu perdi 20 anos de vida já que meu fígado vai falir aos 60 e não aos 80, quem vai cobrir isso?''


*TEXTO TRADUZIDO DO ORIGINAL POR CRISTINA CARLETTI

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