30/08/2006
Transferir conhecimento por uma cadeia de gerações não é
comportamento exclusivo de seres humanos, de acordo com novas
descobertas de pesquisadores americanos e escoceses. Pela primeira
vez, cientistas mostraram que chimpanzés têm um comportamento de
aprendizado intergeracional semelhante ao dos humanos. Ao
contrário de trabalhos anteriores, que supunham que os chimpanzés
apenas de adaptavam ao comportamento dominante no grupo, este
estudo mostra que comportamento e tradição podem ser ensinados ao
longo de uma série de indivíduos.
Essas descobertas estão publicadas na edição de 28 de setembro do
periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os cientistas começaram o estudo ensinando a dois chimpanzés, de
dois grupos sociais separados, a abrir uma caixa para conseguir
frutas. Cada macaco aprendeu uma técnica diferente para abrir a
caixa - fazendo a tampa deslizar ou erguendo-a. Chimpanzés de um
terceiro grupo, usado como controle, tiveram permissão para
brincar coma caixa, mas não foram treinados para abri-la.
Uma vez que um indivíduo de um grupo conseguia abrir a caixa com
sucesso, permitia-se outro animal do mesmo grupo observasse o
procedimento, antes de ser deixado a sós com a caixa. Uma vez que
o segundo animal obtivesse sucesso, permitia-se que um terceiro o
observasse, e assim por diante.
Nos dois grupos treinados para deslizar ou erguer a tampa, a
técnica usada pelo animal original foi transmitida para até seis
outros chimpanzés, simulando a transmissão entre diferentes
gerações. Os chimpanzés no grupo de controle conseguiram descobrir
os dois metidos por conta própria, sugerindo que a perpetuação da
técnica única nos dois primeiros grupos foi devida à transmissão
do comportamento do animal treinado.
(Estadão Online)
Relato sobre o 1º
Congresso de Vegetariano Brasileiro
fonte: Jornal de Piracicaba,
30.8.2006
Sem violência no prato, sem violência no vestiário, nos calçados,
nos objetos de decoração, num mundo onde reina a paz entre todos
os seres. Foi assim que se sentiu quem participou do 1º Congresso
de Vegetarianismo Brasileiro e Latino-Americano realizado em São
Paulo, no Memorial da América Latina. Todos falando a mesma
língua: a linguagem do
amor e da compaixão.
Pessoas de várias nacionalidades, diferentes idades, credos e
profissões, irmanadas pelo mesmo ideal, preocupadas com o futuro
do planeta, com o meio ambiente e com as criaturas que não podem
falar, os animais, tão explorados pelo ser humano.
Desfraldando bandeiras diversas, parecia que naquele pedacinho do
planeta, pelo menos por alguns dias, a utopia da paz reinava.
Vegetarianos, veganos, crudívoros, protetores de animais,
profissionais da saúde, todos querendo se inteirar das novas
propostas, das novidades e iniciativas mundiais na área ambiental,
da proteção aos animais e da saúde.
Mas o que me deixou muito feliz e esperançosa, foi constatar a
presença maciça de jovens. Eles, que representam o futuro,
engajados nessa causa de corpo e alma, longe das drogas e do
álcool, preocupados com o futuro, plantando sementes para as
futuras gerações. Isso nos faz concluir que o porvir está em boas
mãos se pensarmos que cada um daqueles jovens que
marcaram presença, será um fator de multiplicação em suas casas,
cidades,
universidades, enfim, portadores da onda de energia boa que vai se
alastrando.
Grandes empresas, como a Perdigão e Sadia, entre outras, que antes
fabricavam, exclusivamente, produtos cárneos, oferecem agora uma
linha de produtos à base de soja ou glúten para os vegetarianos,
contingente de consumidores conscientes que aumenta cada dia mais
no mundo todo.
Médicos e nutricionistas, que até há pouco tempo eram
completamente radicais em seus posicionamentos sobre esse tipo de
alimentação, admitem
agora que a dieta vegetariana é perfeitamente aplicável se forem
seguidas
alguma regras, e que traz muito mais benefícios para a saúde do
que a carnívora. Vegetarianos de longa data, sem prejuízo para
saúde, são a prova viva de que esse tipo de alimentação vai
vigorar no futuro.
Viver em paz e com a consciência tranqüila é um presente que nos
damos, ao nosso corpo e ao espírito também. Ser vegetariano é
respeitar a vida, o nosso corpo e os outros seres que também têm
um coração dentro do peito.
Não comer carne é um ato de paz. Paz para a consciência, paz para
o nosso corpo e paz para os animais que são imolados depois de uma
vida de privações e sofrimentos.
Não se alimentar de cadáveres é ser consciente, é ser evoluído.
Beleza se põe à mesa, sim! Nada mais belo do que frutas e legumes
coloridos. Nada mais chocante do que uma carinha com fisionomia
ainda contorcida pela dor com uma maçã na boca, nas ceias de Natal
e almoços de Páscoa. O homem se proclama um ser de paz,
misericordioso, mas fica "babando" de prazer quando vê o cadáver
de um animal exposto na mesa.
Ser vegetariano é a melhor escolha que um ser humano pode fazer.
Purifica o corpo e liberta alma do círculo vicioso da violência.
Ivana Maria França de
Negri é escritora, integrante da Sociedade
Piracicabana de Proteção aos Animais há 10 anos e vegetariana há
22 anos
http://www.jpjornal.com.br/news.php?news_id=35352 |