08/02/2006
ARKANSAS, EUA, AP –
Uma enfermeira aposentada salvou a galinha de seu irmão, Boo Boo,
ao realizar respiração boca-a-boca (ou bico) no animal, depois que
ele foi encontrado boiando no lago da família.
Marian Morris disse que não praticava primeiros socorros há vários
anos, mas queria saber se ela “ainda sabia fazê-lo”. “Eu fiz a
respiração no bico dela e seus olhos abriram”, disse Morris.
“Respirei novamente e eles abriram outra vez. Eu disse: ‘acho que
esta galinha está viva. Mantenham-na aquecida”.
Em seguida, os donos de Boo Boo, Jackie e Becky Calhoun colocaram
o animal em uma grande caixa de papelão com grãos e água e
aproximaram a caixa a um aquecedor. A galinha recebeu o nome de
Boo Boo porque se assusta com facilidade. Os Calhouns acreditam
que a galinha caiu no lago depois de levar um susto.
Bípedes,
quadrúpedes e algumas histórias
Cora Ronái
No final do
ano passado, o repórter Luiz Ernesto Magalhães descobriu uma
espécie de maiaduto animal entre as secretarias municipais do Meio
Ambiente e de Promoção e Defesa dos Animais. Por ter fornecido
duas jacutingas para o Rio Zôo, o secretário Victor Fasano
credenciou-se a receber, a título de “colaboração científica”, R$
260 mil dos contribuintes, muitos dos quais, suponho, não teriam a
menor dificuldade em listar dezenas de dotações mais urgentes para
essa dinheirama. Até eu, que amo animais e considero que vidas não
têm preço, acho meio caro R$ 260 mil por duas jacutingas.
Reconheço, contudo, que, não estando acostumada ao comércio de
aves exóticas como está o secretário, não tenho a sua capacidade
para avaliar representantes desta espécie de Cracidae. Vai ver, R$
130 mil por uma jacutinga é uma baita pechincha — e a gente aqui
chiando diante do grande negócio feito pelo Rio Zôo. Vai ver,
também, o secretário investiu mesmo todo o dinheiro que recebeu no
seu criadouro de aves, e não na mansão que lá vem sendo
construída. Imaginem se um secretário do quilate do senhor Fasano,
escolhido a dedo pelo alcaide, vai usar dinheiro público em
proveito próprio! Impensável. Vocês vão ver: com os R$ 780 mil que
receberá até abril, vamos ter no zoológico jacutinga saindo pelo
ladrão ( oops , escapou-se-me).
***
Acontece que nem todo mundo acredita na boa-fé do secretário. Em
dezembro passado, quando O GLOBO publicou a série sobre o maiaduto,
andaram até falando numa CPI para investigar a origem e o uso do
R$ 1,04 milhão dados ao senhor Fasano para a melhor prestação de
seus relevantes serviços avícolas. Felizmente, o secretário não
precisa temer tal indignidade. Numa cidade que ainda nem sabe se
vai ter Câmara de Vereadores funcionando, imaginem se alguém vai
se lembrar de levar uma bobagem dessas adiante.
Além disso, o prefeito Cesar Maia está contentíssimo com o
desempenho do seu favorito. Tendo feito há tempos sua escolha
preferencial pelos ratos, e ansioso para apresentar aos visitantes
do Pan um Rio livre de bípedes e quadrúpedes indesejáveis, ele
encontrou no senhor Fasano o aliado ideal. Por isso, noutro dia,
aumentou a sua área de atuação: agora, a Secretaria de Promoção e
Defesa dos Animais é responsável também pelo CCZ, o Centro de
Controle de Zoonoses, mais conhecido como carrocinha. O prefeito,
como todo mundo sabe, é um homem prático. Com uma canetada só
matam-se milhares de cães e gatos abandonados.
***
Porém, enquanto o senhor Victor Fasano consola-se das críticas à
sua pífia atuação na novela ouvindo o canto das jacutingas e o
tilintar das moedas, a vida dos animais abandonados do Rio vai de
mal a pior. Os poucos serviços que existiam em seu benefício foram
extintos ou estão à beira da extinção, como o convênio para
castração feito com a Estácio de Sá; veterinários, ração para
bichos de áreas carentes, campanhas educativas, nada disso existe
mais. A Sepda, criada para defender os animais abandonados,
aliou-se aos piores inimigos dessas pobres criaturinhas. No Jockey
Clube, zona número um de extermínio de gatos do Rio, onde impera a
conivência com a Sepda, os funcionários e protetores acabam de ser
terminantemente proibidos de alimentar os gatos, e a água que
algumas almas piedosas lhes trazem às escondidas é jogada fora. A
exceção é o famigerado gatil (considerado um “modelo” pelo senhor
Fasano), onde os gatos recebem comida mas morrem de doenças e de
descaso. Ou seja: gato no Jockey está condenado a morrer de
inanição ou por negligência, como tantos e tantos já morreram.
Em breve não haverá um único gato no elegante clube, para gáudio
do diretor Elazar David Levy. E os ratos terão plena liberdade de
ação.
***
Para sorte dos bichos abandonados, nem todo mundo é Victor, Cesar
ou Elazar: há na cidade muitas pessoas de bom coração. Neste
momento, um pequeno grupo tenta, desesperadamente, encontrar bons
lares para cerca de uma dúzia de gatos, todos lindos e bem
tratados, que pertenciam a um rapaz que faleceu. A família, que
nunca o visitou no hospital e sequer pagou o enterro,
providenciado graças a uma vaquinha entre os amigos, expulsou os
quadrúpedes assim que tomou posse do imóvel em que viviam.
Os gatos estão em abrigos temporários, tristes e angustiados com a
reviravolta em suas vidinhas. São carinhosos e meigos, e serão
ótimos companheiros para quem os adotar. Sua história, suas fotos
e os telefones para contato com as pessoas extraordinárias que
estão cuidando deles podem ser encontrados em
www.adoteumgatinho.blogspot.com
SOS Felinos:
http://sosfelinos.atspace.com
FBAV:
http://www.geocities.com/Petsburgh/8205/
Rosely: (21) 9962-1526
Paula: (21) 9997-4332
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