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AP - O
animal foi batizando pelos cientistas de Nebulosos de Bornéu
(Neofelis diardi) |
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Os leopardos Nebulosos
encontrados nas ilhas de Bornéu (Indonésia, Malásia e Brunei) e
Sumatra (Indonésia), representam uma nova espécie, de acordo com
membros do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês)
e cientistas da área genética.
Até hoje, acreditava-se que esses leopardos faziam parte de uma
mesma espécie de leopardos Nebulosos (Neofelis nebulosa) que vive
no sudeste da Ásia continental. Mas, segundo os cientistas, as
duas espécies se distanciaram há mais de um milhão de anos e vêm
evoluindo separadamente desde então.
Os leopardos Nebulosos de Bornéu (espécie agora batizada de
Neofelis diardi) são os maiores predadores da ilha e podem atingir
o tamanho de pequenas panteras. A separação das espécies foi
descoberta por cientistas do Instituto Nacional de Câncer dos
Estados Unidos, localizado perto de Washington.
"Resultados de exames genéticos indicam claramente que os
leopardos Nebulosos de Bornéu devem ser considerados uma espécie
separada", disse Stephen O'Brien, chefe do laboratório de
Diversidade Genômica do instituto.
Diferenças
"Testes de DNA destacaram cerca de 40 diferenças entre as duas
espécies", disse. Os cientistas examinaram também os desenhos nas
peles dos leopardos e encontraram diferenças que confirmam a
teoria das duas espécies.
Os leopardos encontrados em Bornéu e Sumatra têm desenhos em forma
de pequenas "nuvens", com várias manchas diferentes dentro delas.
A pele deles é cinza e escura, com duas listras nas costas.
Já o leopardo Nebuloso da Ásia continental tem "nuvens" maiores na
pele, com uma quantidade menor de manchas, muitas vezes de cores
desbotadas. Eles são mais claros, de um tom marrom-amarelado.
"Na hora em que começamos a comparar as peles do leopardo
continental e do leopardo encontrado em Bornéu, ficou claro que
estávamos comparando duas espécies diferentes", disse Andrew
Kitchener, dos Museus Nacionais da Escócia.
"É incrível que ninguém jamais tenha percebido essas diferenças",
disse. O WWF, que mantém uma grande operação de conservação em
Bornéu, estima que existam entre cinco e 11 mil leopardos
nebulosos na ilha. Já Sumatra teria entre três e sete mil animais.
"O fato de que o principal predador de Bornéu é agora considerado
uma espécie separada enfatiza ainda mais a importância de se
conservar o 'Coração de Bornéu'", disse Stuart Chapman,
coordenador do projeto de conservação do WWF para o local.
Os três países que administram partes diferentes da ilha -
Indonésia, Malásia e Brunei 0 assinaram um acordo no começo do ano
prometendo proteger o "Coração de Bornéu", uma área de 200 mil
quilômetros quadrados de floresta tropical rica em biodiversidade
localizada no centro da ilha.
BBC Brasil
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