Decisão da Câmara
que barra entrada dos bichanos revoltou ONGs
Zero Hora
Porto Alegre, 29 de março de 2007. Edição nº 15193
ALINE CUSTÓDIO
Os gatos que habitavam os dois pátios internos da Câmara Municipal
de Porto Alegre foram barrados. Desde terça-feira, a circulação
dos bichanos foi restrita ao pátio externo. Foram fechadas com
tela as entradas de ar que ligavam o exterior do prédio ao jardim
por meio de um porão.
Enquanto funcionários da Câmara comemoravam a iniciativa,
entidades de defesa dos animais protestavam. Uma das mais
indignadas foi a presidente da Associação Gaúcha de Proteção aos
Animais, Lenir Angélica Oliveira Pascoal, que tentou impedir o
fechamento dos buracos.
- Tememos pela morte daqueles que viviam no pátio interno e estão
no porão. Eles não saberão encontrar o buraco de saída - alertou.
Contrários ao protesto, Luiz Antônio Villanova, segurança da
Câmara há 17 anos, e a recepcionista Carmem Estelita Dias,
funcionária há 15 anos, aproveitaram ontem os jardins do prédio
pela primeira vez em mais de cinco anos.
- Nos intervalos, não podíamos descansar aqui porque o espaço era
tomado por gatos. O cheiro de comida e fezes tornava o ambiente
insuportável - lembrou Villanova.
A presidente da Câmara, Maria Celeste (PT), passou o dia
respondendo e-mails de ambientalistas indignados com a decisão.
Ela sugeriu uma campanha de adoção.
- Não poderíamos fechar os olhos para uma questão de saúde -
afirmou a vereadora.
Ontem à tarde, apenas uma cama improvisada em uma caixa e um prato
de ração permaneciam numa das áreas internas. Do lado de fora,
três caixas forradas com o Diário Oficial, três pratos de ração e
dois potes de água e um de leite indicavam que os gatos estavam
nas redondezas. Estima-se que cerca de 20 animais vivam no local.
( aline.custodio@diariogaucho.com.br )
Polêmica antiga
- Em março de 2005, o então presidente do Legislativo municipal,
vereador Elói Guimarães (PTB), pediu a remoção dos "animais
quadrúpedes", como definiu os gatos, das áreas da Câmara
- A determinação causou furor entre as entidades de proteção aos
animais e a discussão se estendeu por semanas. Após diversas
tratativas, os animais foram castrados, mas continuaram a morar na
Câmara
- Cerca de 20 felinos que passeavam pelos jardins internos foram
expulsos
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